sábado, 7 de novembro de 2009

Dias 9 a 13: A segunda semana

Bom depois de sair até tarde só o pessoal forte é que se levanta cedo. Como eu que me levantei lá para o meio dia. Vocês agora devem tar a pensar, mas ó Flávio segunda-feira não trabalhas? A essa pergunta eu respondo, Trabalho sim, mas é feriado em Angola. Então lá fomos nós a caminho do Caribe novamente. Desta vez eu e o Vaz iamos só almoçar visto que tinhamos umas tarefas pa fazer durante a tarde.
Saindo de casa lembrámo-nos que não tinhamos gasolina e tivemos que ir atestar o carro. Para quem conheçe sabe que Luanda tem meia dúzia de postos de combustível e que a fila menor demora cerca de 1 hora. Foi numa dessas filas que nós távamos a apanhar sol nas trombas. Finalmente lá para a uma fomos para a ilha. Chegádos à porta da ilha o trânsito tava infernal e demorámos uma hora para chegar ao Caribe. Lá não havia mesa onde nos pudéssmos sentar e por isso voltámos para Luanda e fomos comer um bitoque ao Rialto. Fomos então para casa e lá cumprimos as nossas tarefas. Fomos jantar já não me lembro bem onde e fomos dormir porque no outro dia a alvorada era às 6h e tal para evitar-mos o trânsito e para começarmos a trabalhar às 8h. Basicamente de 3ª a 5ª a rotina foi sempre a mesma, começar a trabalhar às 8h, almoçar rápido e sair do trabalho às 20h. Na 6ª as coisas mudaram ligeiramente.
Começámos por nos levantar lá para as 8h e tal para sair de casa às 9h15, passámos meia hora no trânsito, demorámos 1 hora a estacionar e teve de ser em segunda fila e lá para as 11horas estávamos a trabalhar. Decidimos sair também um pouco mais cedo lá para as 18h30m. Finalmente saímos e passamos por casa para nos prepararmos pa o jantar e para ir sair para o Chill-Out.
O jantar foi na Fortaleza onde eu comi uma maginífica massada de lagosta e lulas. Lá para a meia noite chegámos ao Chill-Out e foi bombar até às 4h e tal.

Dia 8: O jantar de anos da Inês

Levantámo-nos novamente a uma hora decente e fomos novamente para a ilha apanhar banhos de sol. Desta vez decidimos ir para o Caribe. Lá já não havia espreguiçadeias livres e tivemos de nos deitar na areia. O mar estava uma loucura, água quente e ondas muito porreiras. Almoçámos lá e tivemos lá até cerca das 5 horas da tarde. Estar ao sol aquelas horinhas fez com que ficasse com mais bronze que as duas semanas que estive ao sol no Algarve. Melhor que a água e o sol eram as caipirinhas de maracujá que são simplesmente uma loucura, não há nada melhor que acompanhe um dia de calor à beira-mar.
Voltando para casa fomos-nos aperaltar todos, até porque esta noite era uma beca para o importante visto que iamos jantar ao Chill-Out e que a Inês fazia anos na segunda, ou seja, à meia noite ela ficava um pouco mais cota.
Cerca das 20h passamos pelo hotel para irmos todos juntos para o restaurante/bar/disco, porém havia quem se quisesse aperaltar de mais e para não perdermos a reserva eu, o Contente e o Vaz fomos mais cedo que os outros. Foi nesta viagem até à ilha que tivemos a oportunidade de ouvir a música "Dona", que conta a declaração de amor de um jovem à mãe duma amiga dele. É uma música em que a lírica tocar em temas profundos do amor e contém frases tão sublimes como "Dona, eu amo a Senhora!".
Chegando ao Chill-Out abancámos e pedimos umas caipirinhas de maracujá. Que espectáculo! Lá para as 21 e qualquer coisa já estávamos todos prontos a jatar. O jantar correu sem precalços e chegando à meia noite cantámos os parabéns à Inês.
Depois fomos sair para o Chill-Out, somos mesmo pessoas que gostam de variar e de conheçer novos locais. A noite começou fraquinha, quase sem gente mas depois lá animou e por volta das 4 horas lá voltámos para casa.

sábado, 31 de outubro de 2009

Dia 7: A Tempestade Tropical

Pela primeira vez numa semana dormi até depois das 8 horas neste caso até às 11h. Levantei-me ainda cansado da noite anterior, preparei-me para ir almoçar. Lá para as 12h30m chamei o Vaz que tinha acabado de se levantar e lá fomos nós para o Miami que é um restaurante à beira mar com acesso à praia, onde tem umas espreguiçadeiras. Lá já nos esperavam a Ana Luisa, o João Nunes, o Vitor e a Inês. A primeira coisa que fizemos foi abancar numa espreguiçadeira ao lado deles e depois ir mandar um mergulho nas águas quentes de Angola.
Almoçámos uma sandocha à beira mar e ficamos na praia a anhar até às 4h30m quando umas nuvens pretas se começam a aproximar.
Pedimos as contas em facturas separadas, mas o empregado parecia que contas não era bem com ele demorou uma eternidade tendo em conta que nós sabiamos que tinhamos que dar o baza o mais rápido possível.
Chegámos ao carro e os primeiros pingos começavam a cair, 5 minutos depois chovia como nunca vi chover e a estrada ficou inundada em poucos minutos. Na marginal as poças eram enormes mas não havia problema porque era terreno plano. O pior ainda estava pa vir tinhamos de subir para o cruzeiro num Golf. Para que não conhece a subida para o cruzeiro é uma estrada com a inclinação da subida do Cais do Sodré para o Largo Camões, mas com o dobro da distância e curvas fechadas e rotundas pelo caminho. Logo no início tivemos de nos desviar de uma viga de madeira que vinha a flutuar pelo rio de chuva a baixo.
Dada a velocidade nos so subiamos em primeira ou em segunda no máximo. A agua tava cheia de lixo e tinha cerca de 30 centimetros de altura, sendo que quando aguas que vinham de sitios diferentes chocavam faziam uma pequena ondulaçao suficiente para desviar o carro do percurso original. Finalmente e apos longos minutos de luta contra a corrente chegamos ao Cruzeiro, mas ainda tinhamos que ir para casa. Sendo um dos pontos mais altos de Luanda a estrada embora inundada não tinha tanto lixo e escombros e sem grandes problemas chegámos ao portão. O pior é que o segurança não estava lá à nossa espera visto que chovia como o caraças e tive que ser eu a abrir o portão. Claro que quando o segurança viu que eu tava a trabalhar veio dar uma ajuda que já não teve utilidade nenhuma. E assim foi o dia até agora. Passei um tempinho a escrever no blog e vou ver se já não chove e se a estrada tá suficientemente boa para irmos jantar.

Dias 3 a 6: Peripécias da Semana

Então cá estou eu novamente a escrever e venho falar das coisas bizarras ou não que aconteceram esta semana. Começando pelo dia 3, 3ª feira. Levantamonos cedinho para ver se não perdíamos muito tempo no trânsito, até porque ainda tinhamos de passar pelo escritório da Deloitte para ir buscar o nosso guito. Porém parece que às 7h30m da matina toda a gente saiu de casa ao mesmo tempo. O trânsito já nem andava, demorámos mais de uma hora a chegar à Deloitte. Ao chegar estacionámos em cima do passeio mesmo à tuga. O pior mesmo foi tar lá 1hora à espera e afina ainda não tinham o nosso dinheiro disponível. Voltamos assim para o caos do trânsito e lá para as 11h30m chegamos finalmente ao BPC. Lá e dada a hora já não havia estacionamento, entao tivemos de meter o carro em 2ª fila. Mas não pensem que cá isso é proíbido cá deixas o carro destravado e caso alguém queira sair o arrumador tira o carro da frente. Ao almoço fomos novamente ao Quebom, lá eu armado em herói e como um frango no forno com molho de cebolada. À conta disso acabei o dia com caganeiris amarelis, pos amigos, uma diarreia do caraças.
No dia seguinte levantamos mais cedo, mas não por isso que chegámos muito mais cedo, aliás quando chegámos só tinhamos estacionamento no meio duma poça enorme. Recorremos então ao super magnifico serviço de estacionamento: " O arrumador é que chafurda ", em que em troca de 100 kwanzas o arrumador empurra o seu carro mesmo que tenha que ir chafurdar para um lado lamacento. Ao jantar fomos à Ilha comer uma pizza ao Coconuts mesmo juntinho ao oceano.
Foi na 5ª feira com a chegada do nosso gerente que fomos finalmente receber o nosso dinheiro. Já estavamos a passar fome à 4 dias, quer dizer não passámos fome mas podíamos ter passado. Foi neste dia de manhã que conheci o Alberto um arrumador que é fã do FCP e nos pediu para lhe oferecermos uma camisola do FCP, obviamente que a primeira coisa que me veio à cabeça foi mandá-lo ir levar no ziggy. Esta espressão remonta para o dia de ontem, em que a música ziggy ziggy foi a única coisa interessante antes do jantar. A música reflecte o tema social da resolução de conflitos, neste caso o cantor manda uma pessoa ir levar no ziggy, que é como quem diz vai levar no rabo, acho eu.
Depois do Jantar fomos para o Chill Out, uma disco na Ilha à beira-mar em que havia uma brasileira loura que dançava com um nó no vestido ao nível das cuecas. 1 vodka martini e 3 vodka laranja depois voltei pa casa, e assim foi a minha semana. Ah já agora conto a peripécia principal da 6ª feira. Um senhor mesmo à Boss a dançar no Chill Out, com um estilo digamos inreplicável e estrano como o catano.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Dia 2: Chegada ao Trabalho

O dia não podia ter começado de maneira pior. Após ter de me levantar cedinho, 7horas, o motorista decidiu que segunda-feira não é dia de trabalho logo ficá-mos mais de hora à espera que alguém aparecesse e nos levasse para a sede do BPC.
Finalmente por volta das 9h30m apareceu outro motorista. Este vinha do aeroporto trazendo um consultor que também ia ficar na casa onde nós estávamos. Sim, porque o BPC alojou-nos numa casa onde estão alojados também outros 2 consultores.
Lá para as 10horas da manhã conseguimos finalmente chegar à tão esperada sede do BPC. Um edifício não muito mau com cerca de 20 andares de altura. Após chegarmos subimos ao 5 andar e fomos para a área da contabilidade. Após nos termos instalado e depois de todas as apresentações estarem feitas fomos finalmente tomar o pequeno almoço.
Voltando do pequeno almoço trabalhámos uma hora e não é que afinal já é hora de almoço. Encontrámos-nos com o Rasquilha e com a Inês como combinado nas traseiras do edifício do BNA que fica do outro lado da estrada. Foi então que começou mais uma maravilhosa aventura. Estavam quase 30º, e nós de fatinho andámos cerca de 10 minutos até ao restaurante, mas o pior mesmo é que como tinha chovido de noite havia zonas com poças enormes e nós tivemos de nos apoiar em carros para as conseguirmos transpor.
Finalmente chegámos ao Qubom, ou coisa parecida, o almoço podia ser pior mas tava longe do razoável, e pior mesmo é que tinha-mos que voltar a fazer o percurso de volta para o escritório.
Desta vez não tivemos de nos apoiar em carros, mas o calor continuava. Eram cerca de 14 horas e lá fomos trabalhar. O trabalho com mais ou menos percalços foi-se fazendo e lá para as 19 horas saímos.
Desta vez já não precisámos de motorista para chegar a casa visto que o BPC nos facultou uma viatura.
Chegámos a casa, trocámos de roupa e fomos buscar o resto do pessoal ao Hotel Presidente. Seguidamente fomos jantar num restaurante agradável perto do mar. Lá a comida até estava boa. Foi lá também o Glorioso. Que grande goleada.
Afinal o dia nem correu tão mal como se esperava.

domingo, 25 de outubro de 2009

Dia 1: O primeiro impacto

O dia começou bem, levantei-me às 5 da manhã, peguei nas malas e apanhei um taxi com destino ao aeroporto da Portela. Lá fiz o check-in às 6h30m e fiquei 3 horas à espera para embarcar. O avião saiu por volta das 10h30m, ou seja meia hora atrasado e 4 horas depois de fazer o check-in. Após umas escaças 7horas e meia de voo, ou seja, 2 filmes e 3 episódios de umas séries que tavam a passar no avião cheguei a Luanda.

No aeroporto foi tranquilo ao contrário do que esperava. Estava um senhor à nossa espera que em jeito da boa cunha à portuguesa nos fez passar pelos controlos sem nos extorquirem dinheiro. Mesmo assim nem tudo no aeroporto foi fácil, estivemos cerca de meia hora à espera da bagagem.

Finalmente eram cerca das 8h10m em Luanda, 7h10m em Portugal, quando chegámos ao carro que nos esperava. 15 minutos depois conseguimos sair do estacionamento do aeroporto dado a tremenda fila de carros a sair do mesmo.

Saindo do aeroporto comecei a ter o primeiro contacto com a realidade de Luanda, uma cidade que demonstra bem a situação do país, ou seja, continua muito pobre, embora comece a dar sinais claros de desenvolvimento.

Foi nesta viagem até casa que tive uma engraçada surpresa, uma rotunda que mais parecia um parque, com bancos e bastantes pessoas, entre as mesmas estavam umas que se destacavam, ao que parecia tinha havido casório, ou casórios, visto que havia mais que uma noiva.

Finda a viagem cheguei à casa onde vou passar as próximas 4 semanas. E mal tive tempo para meter as coisas no quarto e já estavam à nossa porta o Rasquilha e o Sérgio. Eu, eles e o Vaz, que veio comigo no avião e que vai trabalhar comigo no BPC.

Após um jantar em que paguei quase 20€ por uma pizza média e uma cuca, imperial para os tugas, voltei para casa e aqui estou à espera do 1º dia de trabalho.

sábado, 24 de outubro de 2009

Intro

Criei este blog para todos vocês que querem saber como é trabalhar e viver um mês em Luanda. É já amanhã que embarco no avião com destino ao aeroporto Quatro de Fevereiro pela "espetacular" transportadora angolana TAAG. Notem que a falta do "c" na palavra "espetacular" é propositada, visto que a TAAG já espetou alguns aviões.
Espero que gostem do blog e das imagens que lá irei colocar...